Hibridização in situ fluorescente (FISH)


29 de agosto de 2023


A hibridização in situ por fluorescência (FISH) é um teste laboratorial usado em patologia para detectar e localizar a presença ou ausência de sequências específicas de DNA nos cromossomos. Funciona usando sondas fluorescentes que se ligam apenas às partes do cromossomo que correspondem ou são complementares à sonda. É comumente usado no diagnóstico de câncer e de certas síndromes genéticas.

Como funciona a hibridização in situ de fluorescência?

  1. Preparação da sonda: Uma sonda fluorescente é projetada para corresponder à sequência específica de DNA de interesse. Esta sonda é então marcada com um corante fluorescente. Diferentes sondas podem ser marcadas com diferentes corantes para detectar múltiplos alvos simultaneamente.
  2. Preparação da amostra: O DNA da amostra (como células de uma amostra de sangue, uma biópsia ou seções de tecido) é desnaturado, o que significa que é aquecido para separar o DNA de fita dupla em fitas simples.
  3. Hibridização: A sonda marcada com fluorescência é aplicada à amostra, onde procura e se liga (hibridiza) à sua sequência de DNA complementar dentro do genoma.
  4. Lavagem: Após a hibridização, a amostra é lavada para remover qualquer excesso de sonda que não se ligou ao seu DNA alvo. Esta etapa ajuda a reduzir o sinal de fundo e a melhorar a especificidade da detecção.
  5. Detecção: A amostra é examinada sob um microscópio de fluorescência. As sondas que se ligaram a sequências específicas de DNA apresentarão fluorescência e sua localização poderá ser visualizada e analisada.

Por que esse teste é realizado?

A capacidade da hibridização fluorescente in situ de fornecer informações genéticas precisas no nível celular a torna uma ferramenta inestimável no diagnóstico e tratamento de cânceres e doenças genéticas.

  • Detecção de anomalias cromossômicas: O FISH pode identificar mutações genéticas específicas, deleções, duplicações e translocações associadas a várias doenças e condições genéticas, incluindo câncer. Por exemplo, é amplamente utilizado para detectar o cromossomo Filadélfia na leucemia mieloide crônica (LMC), uma translocação específica entre os cromossomos 9 e 22.
  • Diagnóstico e prognóstico do cancro: Ao identificar alterações genéticas específicas de certos tipos de cancro, o FISH ajuda no diagnóstico da doença, na determinação do seu prognóstico e na seleção de terapias adequadas. Por exemplo, é usado para detectar HER2/neu amplificação no câncer de mama, o que pode influenciar as decisões de tratamento.
  • Doenças genéticas: O FISH é utilizado no diagnóstico de doenças genéticas, como a síndrome de Down, ao detectar a presença de uma cópia extra do cromossomo 21.
Hibridização in situ fluorescente
Hibridização in situ por fluorescência (FISH). As sondas são vistas como pontos verdes e vermelhos dentro do núcleo azul da célula.

Sobre este artigo

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